Os números se mostram cruéis com o Palmeiras no Campeonato
Brasileiro. Segundo o matemático Tristão Garcia, conhecido pelas
projeções em competições esportivas, o Palmeiras tem um caminho
complicado na briga contra o segundo rebaixamento de sua história.
Principalmente por acumular mais jogos fora de casa do que dentro nesta
reta final de torneio.
O Palmeiras acumula 20 pontos em 25 rodadas
disputadas. Ou seja, até aqui, a equipe ganha uma média de 0,8 ponto
por jogo. Considerando-se que a “pontuação ideal” para escalar da degola
seja de 46 pontos, o Palmeiras precisaria fazer 26 nas 13 rodadas
restantes, necessitando, portanto, aumentar sua média para dois por
jogo. Hoje, apenas o líder Fluminense e o vice Atlético-MG apresentam
tal desempenho.
– Para não depender dos outros, o Palmeiras teria
de fazer 26 pontos em 13 jogos, uma média de dois pontos por partida.
Isso é média de campeão. Mesmo que não precise desta quantidade que
estamos projetando, o time precisaria ter rendimento de quem disputa
vaga para a Libertadores. É difícil pensar que, de uma hora para outra, a
equipe melhore tanto – analisou Tristão Os quatro clubes que ocupam a
zona de rebaixamento (Sport, Figueirense, Palmeiras e Atlético-GO) têm
probabilidades bem superiores em comparação aos “vizinhos” da degola,
Flamengo e Coritiba.
A explicação, para o matemático, é simples:
com um jogo a menos na tabela e mais partidas em casa do que fora a
serem disputadas, as chances de o time carioca de se manter na primeira
divisão se tornam maiores.
– O Flamengo tem oito jogos em casa e
seis fora. Isso faz muita diferença. O rebaixamento está encaminhado
para que sejam mesmo os quatro que atualmente estão na zona. A tendência
é que o time sempre pontue como mandante, seja vencendo ou empatando.
No fim, cada ponto ajuda para separar quem se salva de quem cai –
explicou Tristão.
Do lado palmeirense, o exemplo do Fluminense, em 2009, é o maior incentivo. No Brasileirão daquele ano, o Tricolor iniciou sua reação na 32ª rodada: com seis vitórias consecutivas, assegurou a permanência na elite nacional após empate com o Coritiba fora de casa. À época, o risco de a equipe ser rebaixada era avaliado em 92%.
Outro time que "driblou" a matemática do rebaixamento foi o Grêmio de 2003. Após permanecer na lanterna do campeonato até quatro rodadas para o fim, o Tricolor Gaúcho engatou série de invencibilidade e se manteve na primeira divisão após vencer o Corinthians por 3 a 0 no estádio Olímpico.
Tristão Garcia, porém, insiste: os fatos em questão são exceções à regra. O matemático diz não duvidar da capacidade do Palmeiras enquanto grande instituição do futebol brasileiro, mas alerta: se tudo ocorrer de acordo com o esperado, o Palmeiras jogará simultaneamente a Libertadores da América e a segunda divisão no ano que vem.
Clube Chances de rebaixamento
Atlético-GO 92%
Palmeiras 92%
Figueirense 82%
Sport 73%
Flamengo 15%
Coritiba 17%
Bahia 7%
Náutico 4%
Ponte Preta 3%
Santos 1%
Cruzeiro 1%
0 comentários: