domingo, 16 de setembro de 2012

Meigo e sensível', DJ Gobbi revela como Corinthians mudou sua vida

domingo, 16 de setembro de 2012 - by Unknown 0

'Preciso acabar logo com isto... Preciso lembrar que eu existo...'
São os versos de Roberto e Erasmo Carlos que recebem Mário Gobbi logo pela manhã na sala da presidência do Corinthians desde fevereiro, quando a vitória na eleição mudou a sua vida.
Não é maneira de dizer. Mudou mesmo. Católico fervoroso, Gobbi tem em sua sala um quadro de Jesus Cristo. Sobre a mesa, imagens de São Jorge, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora de Aparecida e São José. Eleito presidente, além das missas aos domingos, passou a frequentar diariamente a igreja de Fátima, próxima à sua casa. Lá, reza por ele, jogadores, comissão técnica, dirigentes, sócios e torcedores do Corinthians.
- Peço sabedoria, humildade e discernimento. Não piso no Corinthians sem ir à Fátima - diz o dirigente, que, quando viaja com a delegação, pede que o segurança encontre a igreja mais próxima ao hotel e repete o ato, porém, acompanhado pelo técnico Tite.
A rotina caseira de Mário Gobbi também mudou. Aos 51 anos, não assiste mais a nenhum programa esportivo na televisão, não lê jornais, não navega na internet... Limita-se a filmes, noticiários gerais e, para fugir das críticas, abandonou até o rádio, paixão tão intensa desde a adolescência, que o levou a sonhar ser DJ.
- Eu queria ser disc-jóquei. Era assim que se chamava na minha época. Sou homem do rádio, amante do rádio, mas me decepcionei tanto com algumas coisas que não ouço mais.
O cargo só não alterou a intensa relação de Gobbi com a música. Companheira não só do início do dia, mas também dos melhores momentos de sua história, como na época da Discotheque, quando ensaiava passos de John Travolta para brilhar nos embalos de sábado à noite em Jaú, sua cidade natal, quanto dos piores, quando subia a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, em São Paulo, com lágrimas de saudade da família nos olhos e trechos de 'Maria Maria' na ponta da língua: 'é preciso ter força, é preciso ter raça...'.
Mário Gobbi Filho recebeu o globoesporte.com e, durante pouco mais de duas horas, revelou toda sua trajetória até chegar à cadeira presidencial do Timão 'pelas mãos de Deus'. O lado religioso, forte demais, tem grande parcela de responsabilidade do pai, que se formou padre, mas não exerceu. Na verdade, o seminário era uma fuga das dificuldades financeiras.
- Meu avô perdeu tudo na crise de 30, do café, e quem ia ao seminário tinha casa, comida, estudos... Foi uma solução que encontraram na época.
Seu Mário, o pai, não atuou como padre e nem como palmeirense, para sorte do filho. A decepção pelo Palestra Itália passar a se chamar Palmeiras, após decreto durante a Segunda Guerra Mundial que vetava expressões de língua italiana em entidades, fez com que ele torcesse apenas pela seleção brasileira. Portas abertas para o tio Gerson, de quem ele fala com carinho indescritível, que morava em São Paulo e apresentou ao sobrinho dois amores eternos: a capital paulista e o Timão.
Corintiano fanático como o tio, Mário Gobbi passou infância e adolescência perto do time, seja no interior ou nos jogos no Pacaembu, quando frequentava a casa de Gerson.
- Vivi intensamente o Corinthians. E, na época, se não dava Palmeiras, dava Santos, ou Botafogo em nível nacional. As gozações eram as mais terríveis possíveis, mas isso só me fazia ser ainda mais corintiano porque eu cresço muito nas adversidades, me transformo.
A cidade de São Paulo também se mostrava atraente demais ao jovem que jogava bolinhas de gude, futebol e rodava pião pelas ruas do interior. Tanto que, mesmo namorando, ele não conseguia esconder o interesse por Alessandra, menina que havia se mudado de Jaú para a capital, mas sempre voltava para passar as férias. Num desses períodos, na saída da missa, ela o convidou para seu aniversário de 18 anos. Mário disse 'sim' ao convite, é claro. Anos depois, ambos diriam 'sim' no casamento, que dura até hoje.
O 'sim' a Alessandra colocou a canção 'Heaven must be missing an angel', de Tavares, definitivamente na vida do presidente do Corinthians. É a trilha sonora do namoro. Até hoje eles assistem ao DVD com a apresentação do grupo. Mas a música já norteava a vida do garoto que tocava caixa na banda de Jaú e, desde os 15 anos, foi completamente seduzido pelo fenômeno mundial da Discotheque.
Os encontros nas discotecas nos finais de semanas eram sagrados, assim como a presença nos concursos de dança. Gobbi jura que não se arriscava, mas, para ele, o cenário de luzes, corpos e música era como a visão do paraíso.
- Foram os melhores anos da minha vida. E durante a semana nós ensaiávamos na casa de uma amiga porque não podíamos fazer um papelão na discoteca. Quando conseguíamos fazer os passos do Travolta era demais! Eu só fazia o trivial, mas adorava ver as luzes girando e todo mundo dançando. É um visual único, romântico.
Visual que se transformou em 1979, ano em que Gobbi se mudou para a casa do tio, em São Paulo, e passou a trabalhar no escritório de advocacia do primo. As luzes da discoteca se transformaram no céu cinzento do trajeto 'casa-trabalho-casa-cursinho' percorrido diariamente. Em comum, só a música.
- Eu sentia muita solidão. Andei muito pelas ruas de São Paulo, chorando de saudade dos amigos, pai, mãe, irmã... Subia a Brigadeiro com a música do Milton Nascimento, mas cresci muito. Sempre mergulhei muito nas músicas porque elas levam a Deus.

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